tudo o que fiz foi esculpir alucinações
em homens inocentes e sem sonhos.
cravei-lhes na pele a minha quimera,
o que mais desejei do fundo do meu peito
solitário e cheio de procurar vadiagem.
perdoa-me a infâmia, a má vontade
de nunca fazer o que me pedias,
de nunca aceder à lúcida e sóbria razão.
o meu pensamento consome
mais do que sempre me pudeste dar.
só em mim cabia a abstração
como forma de te amar,
com o amor mais doentio e insalubre
por nem ter palavras, porque palavras existem
e são imensas e concrectas, e eu não.
eu perdi-me em todas as ruas e avenidas
para me encontrar e puder respirar
cada segundo em que achei que vivi.
perdi-me em todos os cais onde fui parar
e fumei todos os cigarros que me trouxeram
como cativo ao meu desejo.
e eles pobres, eles reles e tristes tanto me amaram
como eu só te amei a ti e um dia hei-de voltar a amar
como imaginei nas noites esquivas de consolo.
um arrepio... : )
ResponderEliminarRodrigo
quando é que leio coisas tuas? :)
EliminarRelutante em escrever no ciberespaço, abri um blog. Assim como quem tira uma folha branca de uma gaveta... E a atira pela janela ao vento sem saber quem a lerá.
ResponderEliminarontem depois reparei no teu perfil do blogger que finalmente fizeste um! nice nice! :)
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