Nasci entre mãos
Nasci no meio de um abraço entre
Uma mãe e a criação.
Nasci no centro de uma linha
Curva, infinita:
Foi o universo que me pariu
(grotescamente, feiamente)
Foi o universo que me deu palavras
Com as quais vomito
Toda a escarra, sádica dor de pensar
Do Homem podre.
A sede, a fome
A suja sobrevivência, todos
Os jogos infâmes da existência.
Nasci no meio de um abraço
Anónimo, entre uma mãe e o seu
Curso sanguinolento de mulher.
Nasci entre os gritos da libertação: palavras,
Facas, poesia, e a carne que morre
Por ela.
Soberbo!
ResponderEliminarMuito Obrigada Duarte! Beijinho
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