o balanço dos dias
assim chegam, assim passam.
É-me desconfortável
a água parada,
falta-lhe a inquietação
a inquietação que tens tu
ao respirares
por tanto ansiares
saber o que não tem saber
e saberes de mais,
saberes até o que está
debaixo dela,
que me é desconfortável
não conhecer,
mas querer
vomitar a inércia,
ser desassossego
em folha de papel virgem.
Vingar-me da morte
que de mais confortável não há.
ver o vermelho do sangue
e o translúcido da água
e o translúcido da água
na mixórdia que é a origem,
escrever-lhes por cima
o que é viver
enquanto os dias chegam
e passam e eu fico velha,
devaneio ao deus dará
(se o houver).
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