19.6.16

#22

explodia levemente
a tua face geometricamente desenhada pelo Amadeo

sob o olhar das minhas mãos
- a indiferença de ter duas armas impotentes -

e a minha língua um gume afiado
de palavras etéreas ao teu leito final ditadas.

pergunto-me o que se faz com um corpo
e o que se faz depois com o quadro pintado desse mesmo corpo

fitado na parede branco-pérola tornada vintage
pintado na nossa memória ad aeternum.

1 comentário:

  1. 'sob o olhar das minhas mãos
    - a indiferença de ter duas armas impotentes -'

    as mãos que pintam
    que penduram que limpam
    que vendem que roubam
    que rasgam que incendeiam
    que restauram que fotografam
    que apreciam retratos.

    -como ser uma mão
    contemplando uma pintura-


    bj, Rodrigo

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