27.6.15

nudus

exposta ao tubo de escape da cidade 
pele descoberta no meio do tejo 
dedos frágeis, insalubres ossos -
a finita e infame doença que me come. 

o teu amor que me resiste 
o teu amor que mesmo nuamente me resiste.

ignorar quem me olha nos olhos
cuspir escarretas para os passeios mais sujos que a minha pele encardida 
a rudeza das minhas mãos, a brutalidade com que te beijo

a promiscuidade com que levo uma vida anarca à realidade

e outra vez a resistência do teu amor 
à insana vontade com que te desejo exposto também 
como qualidade fatal do meu dúbio futuro. 


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