20.6.15

(de cor)

não sei o que escrevo de cor.
da faculdade da memória só o amor desprezado,

essa tórrida solidão que é tocarmo-nos a nós próprios,
sem sabermos ao que soa a voz do outro.

o incomodativo no peito, a repulsa até ao vómito,
a intermitência da dor física a tornar-se psicológica -

elevar a tua presença à minha inteligência,
e mesmo assim não saber de cor o que escrevo
                           
                             (e adversamente, saber-te a ti.)                      

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