11.8.13

amar

Agarra-me, que eu preciso
De um vão de escada seguro à minha amargura.
Agarra-me agora que eu preciso
De um punho firme e um beijo de boa noite,
De fazer amor ao som mudo das estrelas.
Agarra-me que eu preciso da certeza
De sermos felizes por sermos nada,
Sermos pinturas em ruas vãs de uma cidade qualquer,
Varridos pelas noites tardias feitas de viagens
Às luas abstractas de Saturno e outros prazeres que tais.
Mantém-te assim fiel às curvas minhas
Que são as nossas de desentendimento.
Mantém-te fiel às curvas que fazem a distância
Entre a saudade e o que somos ao imaginar
Rectas abstractas de caminhos infinitos,
Destinos cruzados por ciganas esfomeadas
De sonhos onde possam ver o Mundo inteiro

E dizer que amanhã ainda nos vamos poder amar. 

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