Toque a toque
O teu polegar na
massa
Do meu corpo,
Na massa dos meus
sonhos
A mão suada
Com que amassas o
Universo,
O difícil que é
construir um arranha-céus,
O difícil que é
construir o próprio céu.
A ambição de uma
polegada,
O desejar além terra
Que começa na própria
terra,
O voo poderoso que é
sonhar
E concretizar.
Começa tudo com um
polegar
Até o medo ter já a
mão inteira,
Até o medo ter já o
mundo inteiro
Nela.
E vermo-nos assim
Na loucura da
possibilidade do tudo,
Cravada ao de leve
por uma dedada
Que nos leva a
cometer a própria morte,
O suicídio das ideias
que confrontadas com a construção
Assustam-se de serem
amadas
Encolhem-se, e
masturba-se o pensamento.
Cortam-nos o dedo
polegar
E acaba a humanidade.
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