11.11.10

Teorias do Comboio

Gosto muito das nossas viagens de comboio - é algo que tem sempre muita criatividade, se formos a pensar da maneira como eu penso até poderia dar um filme ou algo do género sobre 5 adolescentes que vão todos juntos para a escola, de comboio e conspiram e falam de coisas do seu quotidiano que mais ninguém percebe. Ou melhor, há sempre aqueles que tentam perceber e nos olham fixamente como se fossemos seres estranhos, ou assim qualquer coisa de outro mundo! Que tentam ouvir as conversas, mas que ficam na ignorância de não saber de quem e do quê é que nós falamos: como a senhora que tinha uma verruga e que olhava fixamente para as Inêses enquanto elas falavam. Ou como a senhora do "Ya" que se meteu comigo, com a Effy e com a Maria. E ainda outro, e outra, e outros e muitas mais outras. E depois vêm as teorias da conspiração do Filz, que é confrontado pela Maria e pela Effy. Depois, vêm os assuntos sérios e decentes de se falar com as mesmas, mas infelizmente não conseguimos manter a seriedade numa conversa, e no momento já estamos a falar de outra coisa qualquer verdadeiramente estúpida e sem sentido... Como a "Teoria da Negação" de um colega nosso, ou das várias hipóteses de namorada para outro ainda! Ou namorado... Isto tudo sempre com banda sonora das discussões patéticas e surrealistas entre mim e o Gonçalo.
Como vêm, falta de imaginação, criatividade e originalidade é o que não falta nos comboios sérios e monótonos que fazem ligação entre Roma-Areeiro e Sintra.

E assim se vão passando 45 minutos da minha vida matinal ou então, 45 minutos do meu fim do dia. Entretanto cada um fica pela várias estações espalhadas pela linha de Sintra, até que me vejo sozinha, aí, ponho os meus phones, ouço a minha música e penso em tudo e em nada; capto aquilo que se vai passando à minha volta, apesar de parecer que estou noutra; às vezes até desenho (mas desta vez com mais calma e sem serem maçãs feitas a aviar para a aula de Desenho, que é a primeira da manhã).
Sinto-me mais viva que nunca na minha mente, mas completamente a dormir fisicamente.

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