se me socorrer da sapiência
o que posso eu afirmar que sei?
se sonhos são feitos do brilho da lua e do calor maternal do sol
- sem nunca os ter tocado -
como posso eu socorrer-me da sapiência
se nas entrelinhas nem me sei reger pela mais antiga lei?
depois vem a ciência,
que não me permite desabafar com ela o que em enquirídios não vem.
restam-me os rascunhos guardados e mimados:
cansa-me perguntar tantas vezes ao Freud o que é um carrossel
o que é beliscar o irracional para voltar a pôr os pés em terra que não me desarme
em lama que não me enterre, engolindo o que são os dias
e pondo-me num aconchego fetal de onde nunca devia ter saído.
viver é só mais mais uma ficção engraxada por momentos fragmentados em anos -
não nos venham dizer que isto aqui é bom
nem em plumas nos sabemos pôr.
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