5.2.14

gracejo

esboço enfim, um riso escondido
por baixo da nódoa negra a que chamo noite,
esta sem cura e sem retorno àqueles que a procuram.

esboço enfim, um gracejo
a fim de pôr a vida em lugar decisivo
escolho-a, em vez de fabulá-la a meu belo prazer e proveito.

para que serve afinal a noite, para que serve afinal rir-me?
de que se alimenta a noite, de que se alimenta o inferno?
dos meus gracejos sobre a vida?

não há morte de que me sirva o paraíso,
o paraíso que se jubile em merda - a noite é o meu éden
e não volto lá por amor próprio.

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