28.8.13

Frenesim

As páginas não se pegam
Pelas histórias contadas;
Os grãos de areia não são unidos
Pela massa que formam;
As linhas, que não são linhas,
Não se unem pela perpendicularidade
Mas pelo ponto fundador de todo
O frenesim em que o Universo vive.

Eu não tenho sangue,
Tenho correntes eléctricas
Que fazem mover o tempo
Ao balanço de conversas sobre como amar
É ter toda a arte do mundo,
Como ter prazer
É ter toda a abstracção a culminar
No corpo.

Eu não preciso de ter sangue
Quando tenho músculos
Que são roldanas de relógios.
Tudo contado até ao tempo da nossa morte
E tudo trabalha em ritmos iguais aos da
Velocidade da bala até ao corpo:
Nervoso, asfixiado, frenético e desejoso
Pelo acabar.

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