7.4.12

(des)Amor

O tempo não pára para ele, mas para fazer amor ele pára-a no tempo. 
Não sei se é pelas razões cliché, como a pele dele que a leva às nuvens de tão macia, se é dos olhos que a fazem perder-se num azul profundo, quase tão profundo como o profundo sem cor dos olhos fechados dela. 
Eles são paradoxais quando se unem assim, quando finalmente se tornam um é quando diferem mais: 
ele desce dos céus, ela sobe até lá. 
E porque se inferioriza ele a uma terrena? Por necessidade. Procura-a pelos lençóis em busca da terra suja a que se assemelham os olhos delas, e em busca da agressividade seca e brusca das mãos dela. 
É quase impossível imaginá-los, mas eles unem-se, ficam um porque sempre foram um, sempre foi só ela que fica ainda mais só quando o galo canta e o sonho acaba. 

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