21.2.12

Na 3ª pessoa

Não sabes em quem por as culpas que tens na testa carregada de rugas. Forçosamente, queres partilhá-las com ela? Ainda não será nova para as ter? Débil? Fraca?
Há quem diga que não, que ela tem um metro e sessenta de pura maturidade e independência, sempre segura de si, determinada! E depois há quem a conhece e que a tem na palma segura da sua mão, guardada. E vai ser lá o único sítio onde ela se vai sentir mimada. Nesse mesmo sítio vai-se sentir ainda mais frágil porque sabe que se pode sentir assim.
E quem a terá, sei certamente, que a vai despir das injustiças que lhe apontam dizer e fazê-la voltar com uma cabeça livre dos pesos que lhe puseram em cima.

(É a maneira de, em velha, não ter rugas)

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