28.12.11

Não há calças que dispa por amor

Não há calças que dispa com amor.
Não me dês aquilo que eu perdi,
Dá-me aquilo que pedi.
Canso-me de ser egoísta a esse ponto.
Devias também sentir-te angustiado
Pelas peças deixadas no chão
Feitas de tecidos de desamor próprio
E desamor pelo outro.
Não há calças que eu dispa com amor,
Porque ainda não te senti
E no entanto és um pedido.
Mas ainda não o senti
A ele, amor.
E no final, volta-te a vestir e sai
Para que eu espere
Por ele, amor.

1 comentário:

  1. É o meu preferido, de todos. (Com imenso respeito ao fabuloso post dedicado ao teu irmão). Tão duro e poético ao mesmo tempo. Em suma, incrível.

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