25.7.11

Escuro com cor

Noite cerrada, quente. Corpos deitados, olhos fixos no escuro aparentemente não visível. Mas ali tudo se via. Eu vi-me a mim de tanto focar o inalcançável das estrelas... Até delas me cheguei a esquecer. As imagens abordaram-me de todos os lados. Imagens num sítio sem imagem possível, num escuro sem cor. Numa noite onde todas as imagens eram possíveis de serem arrastadas pelo olhar no céu. E a este escuro ainda se juntou o negro das sombras das árvores (talvez iluminadas pelo pensamento de cada um), que recortavam a pedra morna onde, deitados, sentíamos os arrepios causados pela brisa fresca que fazia as sombras mexer. Juntaram-se as emoções enquanto o meu cabelo voava pela minha cara. E isto numa hora que pareceu ser comida por breves segundos.
O escuro não tem cor? Nós somos a cor do escuro. Fazemo-la.

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